
Uma caminhonete que transportava materiais para a construção da escola indígena da aldeia Boca do Riozinho, em Assis Brasil, tombou nesta semana no ramal do Icuriã, estrada de terra estreita e instável que dá acesso à comunidade. A obra é executada pela Secretaria de Estado de Educação do Acre e ninguém se feriu no acidente.
Imagens do local mostram o veículo de lado e a carga espalhada — sacos de cimento e peças de instalação — no chão lamacento. O ponto do tombamento é conhecido por ser estreito, escorregadio e de difícil trafegabilidade, principalmente durante o inverno amazônico, quando chuvas intensas tornam os ramais ainda mais precários.
O ramal é de responsabilidade do município e recebe manutenção conforme a disponibilidade de maquinário. Em períodos chuvosos, acidentes, atoleiros e interrupções são comuns em áreas rurais e indígenas, afetando o transporte de insumos e o andamento de obras públicas.
Para o secretário de Educação, Aberson Carvalho, o episódio ilustra os obstáculos do dia a dia. “Essa dificuldade é real. A equipe faz o percurso porque a escola precisa ficar pronta, mas não é um deslocamento simples. Cada viagem depende do estado da estrada e do tempo. Trabalhar no Acre significa lidar com isso o tempo todo”, afirmou.
O acidente evidencia um cenário crônico no interior do estado: estradas precárias, longas distâncias e acesso irregular continuam a ditar o ritmo de obras e serviços públicos em comunidades isoladas, prolongando prazos e elevando os riscos logísticos.






