Acreana conquista tetracampeonato mundial nos 100m e se iguala à maior medalhista do Brasil

A velocista Jerusa Geber, de 43 anos, fez história nesta quarta-feira (2) no Mundial Paralímpico de Atletismo, em Nova Déli. Ao vencer os 100m da classe T11 (para pessoas cegas), a atleta alcançou seu quarto título consecutivo na prova e se tornou, ao lado de Terezinha Guilhermina, a maior medalhista brasileira da competição.

Com o tempo de 11s81, Jerusa não apenas quebrou o recorde da competição, mas também ficou a um centésimo de seu próprio recorde mundial. A conquista amplia sua coleção para 12 medalhas em Mundiais – seis ouros, cinco pratas e um bronze.

A vitória foi decisiva para manter o Brasil no topo do quadro de medalhas. No mesmo dia, a delegação ainda celebrou a prata de Raissa Machado, no lançamento de dardo F56, e o bronze de Jean Oliveira da Silva nos 5.000m T13. O país soma agora 30 pódios: oito ouros, 15 pratas e sete bronzes, ficando à frente da China tanto em ouros quanto no total de medalhas.

Jerusa Geber e o guia Gabriel Garcia celebram o tetra mundial com a bandeira do Brasil — Foto: Alessandra Cabral / CPB
Jerusa Geber e o guia Gabriel Garcia celebram o tetra mundial com a bandeira do Brasil/Foto: Alessandra Cabral/CPB

Campeã paralímpica nos 100m e 200m T11 em Tóquio, Jerusa compete desde os Jogos de Pequim 2008. Sua parceria com o guia Gabriel Garcia tem sido fundamental para o domínio nas provas de velocidade. Na final desta quarta, a dupla teve uma saída abaixo do esperado, mas cresceu nos metros finais e confirmou a vitória.

A chinesa Liu Yiming ficou com a prata (12s11) e a espanhola Alba Garcia Falagan levou o bronze (12s21).

Nascida cega, Jerusa recuperou parcialmente a visão após algumas cirurgias, mas perdeu-a novamente aos 18 anos. Iniciou no esporte paralímpico aos 19, incentivada por um amigo, e desde então construiu uma carreira marcada por recordes e títulos.

A competição segue até domingo (5), e o Brasil busca superar seu recorde de 47 medalhas, obtido em Paris 2023. Jerusa ainda disputará os 200m T11 e tem a chance de se isolar como a maior medalhista do país em Mundiais de atletismo.