Quem com ferro fere, com ferro será ferido: MDB pode pagar na mesma moeda por perseguição contra Silene

Em 2020, as eleições municipais em Mâncio Lima foram marcadas por uma disputa acirrada entre três candidatos: Isaac Lima, tentando a reeleição pelo PT; Chicão, pelo MDB; e Silene Siqueira, pelo PP. Silene, que já havia demonstrado grande popularidade na eleição de 2016, era a favorita segundo às pesquisas com mais de 50% das intenções de voto. No entanto, sua trajetória foi abruptamente interrompida por uma série de manobras judiciais orquestradas pelo MDB.

A disputa ficou ainda mais intensa quando o MDB decidiu acionar a Justiça para impugnar a candidatura de Silene, alegando que ela era inelegível por ser cunhada do então prefeito Isaac Lima. Essa ação, embora legal, foi vista por muitos como uma tentativa desesperada de remover uma adversária forte. Mesmo após a substituição de Silene por sua filha Caissa Siqueira, o PP não conseguiu regularizar a candidatura a tempo, resultando na inelegibilidade de ambas. Isso deixou o caminho livre para que o MDB, com Chicão, ganhasse votos de eleitores que inicialmente apoiariam Silene.

No final, Isaac Lima conseguiu se reeleger, com Chicão em segundo lugar e Caissa Siqueira, mesmo com sua candidatura problemática, obtendo uma expressiva votação de 3 mil votos. Esse resultado, embora favorável a Isaac, mostrou que Silene tinha um forte apoio popular e provavelmente teria vencido a eleição se não tivesse sido impedida.

Avançando para 2024, o cenário político em Mâncio Lima mostra sinais de que o MDB pode enfrentar consequências semelhantes às que infligiu a Silene. Chicão, que busca novamente a prefeitura, está encontrando dificuldades em solidificar sua campanha devido à falta de apoio parlamentar e desafios financeiros. Ele tentou formar uma chapa com Armando Pinheiro como vice, mas enfrenta obstáculos com Antônio Marazona, presidente da federação PSDB/CIDADANIA, que insiste em concorrer como terceira via.

Marazona, decidido a seguir com sua candidatura, está complicando os planos do MDB, deixando Chicão e seus apoiadores em uma situação difícil. Essa disputa interna no PSDB/CIDADANIA pode acabar prejudicando as chances do MDB, forçando Chicão a buscar um novo vice às pressas e possivelmente comprometendo a eficácia de sua campanha.

O que antes foi uma estratégia agressiva contra Silene agora pode se voltar contra o próprio MDB, mostrando que a política é imprevisível. A história parece se repetir, mas agora com o partido enfrentando as mesmas dificuldades que impôs aos outros.

Com as eleições de 2024 se aproximando, resta ver se o MDB conseguirá superar esses desafios ou se pagará na mesma moeda pelas ações de 2020.

  • Por: Alex William