Queda de temperatura anuncia chegada do verão amazônico que deve ser prolongado este ano no Acre, diz pesquisador

Especialista explica que friagens costumam chegar em junho, mas este ano já é a segunda queda de temperatura, o que significa, que o 'verão amazônico' chegou mais cedo.

A queda de temperatura que chegou na manhã desta quarta-feira (4) em Rio Branco anuncia a chegada do “verão amazônico”. Em algumas cidades, as temperaturas podem chegar a 17ºC, segundo o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam).

O pesquisador Alejandro Fonseca explica que as friagens costumam chegar ao estado no mês de junho, mas este ano, esta já é a segunda queda de temperatura, o que significa, que o verão amazônico chegou mais cedo.

Ele afirmou ainda que o período de inverno acabou mais rápido. Isso porque, normalmente, ele se estende até o final de abril e este ano terminou em março.

“O mês de abril foi com cara de maio, que é o mês de transição, de quando as chuvas vão desaparecendo para a chegada da seca. Ou seja, temos tido uma antecipação da chegada do ‘verão amazônico’, que deve ser prolongado, entre cinco meses ou mais, sendo que, normalmente, é em torno de três meses. Isso tem duas implicações, uma de que esperamos que seja uma época extremamente seca, e isso significa nível do rio muito baixo, por outro lado também significa que, possivelmente, vamos ter muito mais entrada de frente fria na região”, explicou.

Essa previsão de seca severa para o ano já tinha sido feita pelo coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, coronel Cláudio Falcão, ao analisar o nível do Rio Acre na capital e as chuvas entre janeiro e abril deste ano.

No dia 28 de abril, o nível das águas do Rio Acre na capital marcou 4,38. Essa foi a pior cota dos últimos oito anos. A situação preocupa o órgão, uma vez que as chuvas devem reduzir ainda mais nos próximos meses. A previsão é que o manancial pode ficar abaixo da menor cota já registrada, que foi de 1,30 metro em setembro de 2016. Nesta quarta-feira (4), o manancial está com 3,62 metros.

Segundo o pesquisador, ainda não se pode atribuir essa antecipação da chegada do verão amazônico às mudanças climáticas.

“Nessa região, temos um clima bastante sazonal que se comporta deste forma, mas não significa que todos os anos tenhamos a mesma característica de sazonalidade. Então, se isso se repetir, por exemplo, durante alguns anos com essa mesma característica, aí sim podemos falar de mudanças climáticas. Mas, estamos falando de comportamento sazonal. Por exemplo, em 2005, 2010 e 2015 tivemos também um agosto extraordinariamente seco. E tem anos que têm se comportado muito chuvoso também”, concluiu Fonseca.

FONTEG1AC
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