
A Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ) inicia o mês de dezembro de 2025 com uma série de compromissos institucionais fundamentais para o fortalecimento da governança, da transparência e da articulação política indígena no Vale do Juruá. Entre os dias 9 e 11, no Centro de Treinamento Diocesano Irmã Ádila, em Cruzeiro do Sul (AC), serão realizadas a Reunião do Conselho Fiscal, a Reunião do Conselho Deliberativo e a 11ª Assembleia Geral Ordinária. Paralelamente, a organização também divulga a programação oficial do 1º Festival Povos da Floresta do Juruá, que ocorrerá entre 5 e 7 de dezembro na Terra Indígena Puyanawa, em Mâncio Lima.
Avaliação e planejamento institucional
As agendas iniciam no dia 9 de dezembro, pela manhã, com a Reunião do Conselho Fiscal da OPIRJ. Das 8h às 12h, conselheiros analisam a prestação de contas do exercício de 2024 e avaliam preliminarmente as movimentações de 2025. A programação inclui apresentação das demonstrações financeiras, análise orçamentária, verificação de controles internos e emissão de parecer oficial.
No mesmo dia, das 14h às 16h, acontece a Reunião do Conselho Deliberativo. O encontro, realizado de forma presencial, tem como objetivo revisar a pauta da Assembleia Geral Ordinária e alinhar as lideranças às exigências administrativas e documentais da organização.
11ª Assembleia Geral Ordinária
Entre os dias 9 e 11 de dezembro, a OPIRJ realiza sua 11ª Assembleia Geral Ordinária, espaço central para debates e deliberações estratégicas. A programação é dividida em dois eixos principais:
1. Prestação de contas da administração
- Apresentação do balanço e demonstrações financeiras de 2024;
- Análise preliminar das contas de 2025;
- Emissão do parecer pelo Conselho Fiscal;
- Apresentação e apreciação do Programa de Integridade.
2. Assuntos estratégicos dos territórios indígenas
- Políticas públicas voltadas aos povos indígenas;
- Avanços e desafios da proteção territorial;
- Autonomia, consulta e gestão territorial;
- Balanço das ações da OPIRJ dentro e fora dos territórios;
- Diretrizes para o fortalecimento institucional e territorial.
Segundo a organização, essas agendas reforçam o compromisso da OPIRJ com práticas transparentes, participativas e alinhadas às demandas reais dos povos indígenas do Rio Juruá.
Festival Povos da Floresta do Juruá terá três dias de programação cultural e política
Com apoio financeiro do Fundo Amazônia/BNDES, a OPIRJ também confirmou a programação oficial do 1º Festival Povos da Floresta do Juruá, considerado um dos maiores encontros indígenas já realizados na região. O evento será realizado entre 5 e 7 de dezembro de 2025, no Espaço Baite Wā Wā, localizado dentro da Terra Indígena Puyanawa, em Mâncio Lima.
A abertura, no dia 5, contará com uma apresentação cultural de acolhida do povo Puyanawa, seguida por pronunciamentos de lideranças indígenas e representantes de organizações parceiras. Delegações de diversas etnias participarão de vivências tradicionais e apresentações culturais durante os três dias de festival.
Mesas de Debate
O evento contará com quatro mesas temáticas:
- Mesa I – Aliança dos Povos da Floresta: história das lutas, conquistas e desafios atuais;
- Mesa II – Cenário Político: relações entre movimento indígena e Congresso Nacional, com participação de OPIRJ, COIAB e APIB;
- Mesa III – Direitos Indígenas e Políticas Públicas: sustentabilidade, mudanças climáticas e COP 30, com representantes da ApexBrasil, FUNAI, SESAI, MPI e SEPI/AC;
- Mesa IV – Valores dos Conhecimentos: espiritualidade, memória coletiva e cultura material.
Vivências tradicionais e intercâmbio cultural
O festival também oferecerá:
- apresentações culturais e cantorias;
- exposição e troca de artesanato no Espaço da Arte;
- práticas de pintura corporal e uso de instrumentos tradicionais;
- competições indígenas (arco e flecha, corrida do sapo, cana, coco/mamão, macaxeira);
- cerimônias espirituais com medicinas tradicionais;
- sessões de cinema indígena;
- festa coletiva de encerramento, com banhos de igarapé e danças tradicionais.
O encerramento, no dia 7, contará com falas de lideranças e celebração coletiva. Para o coordenador Francisco Pyãko, o festival simboliza identidade e força:
“Este festival é um marco para a visibilidade e a força dos nossos povos. É um espaço de diálogo, celebração e reafirmação dos nossos direitos e da nossa cultura.”






