Idaf aciona força-tarefa no Juruá após confirmação da doença do moko da bananeira

O Instituto de Defesa Agroflorestal do Acre (IDAF) deu início, nesta semana, em Cruzeiro do Sul, a um plano de prevenção e combate ao moko da bananeira, uma das doenças mais destrutivas para a cultura da banana.

O encontro reuniu técnicos, estudantes, órgãos ambientais e produtores rurais com foco na identificação precoce da praga, no manejo adequado e nas medidas de biossegurança para evitar sua expansão.

A bactéria Ralstonia solanacearum raça 2, responsável pela doença, foi detectada pela primeira vez no Acre em setembro de 2025, no município de Rodrigues Alves. Desde então, equipes especializadas têm realizado monitoramento intensivo na região para impedir o avanço do patógeno.

A chefe da Divisão de Defesa Vegetal do IDAF, Gabriela Silva, destaca que o momento exige união entre produtores e instituições.

“O moko da bananeira é uma doença agressiva que mata desde plantas jovens até adultas. Monitoramos um raio de 5 quilômetros desde a primeira detecção. Hoje, temos quatro bananais com confirmação: três em Rodrigues Alves e um em Cruzeiro do Sul. O impacto é direto na produção: a planta murcha, amarelece e morre, afetando até os frutos”, explicou.

A doença se espalha rapidamente, sobretudo em áreas encharcadas e de várzea, e não possui cura. Por isso, o treinamento enfatizou o reconhecimento dos sintomas, como murchamento, escurecimento dos vasos e apodrecimento, além de práticas de prevenção e contenção.

O trabalho integrado entre órgãos ambientais também tem sido essencial. O agente do IMAC, Josué Torquarto, afirma que a atuação conjunta amplia a capacidade de resposta.

“Estamos muito em campo e podemos ajudar a reconhecer os sintomas. A parceria entre IDAF e IMAC facilita o monitoramento. Se encontramos algo suspeito, repassamos imediatamente ao IDAF”, disse.

Entre os participantes, muitos agricultores já enfrentam perdas consideráveis.
Alaíldo Lima, morador da Praia da Amizade, em Rodrigues Alves, conta que a praga se espalhou rapidamente em sua plantação.

“Começou dando problema na banana maçã e agora já deu na prata. O coração da planta seca, dá no cacho, depois pega no pé todo. Já perdi bananeiras. Deu dois bananos meus, já era. A gente trabalha com mais de 100 caixas por mês… é prejuízo demais”, lamentou.

Durante a capacitação, especialistas reforçaram que, sem cura disponível, o combate ao moko da bananeira exige atenção redobrada e ações imediatas, como:

– eliminação e destruição de plantas contaminadas;

– controle rigoroso de mudas, equipamentos e ferramentas;

– manejo criterioso das áreas de cultivo;

– notificação rápida aos órgãos competentes diante de qualquer suspeita.

O evento continua com atividades práticas, atendimentos técnicos e suporte direto aos produtores que já enfrentam a doença. Para o IDAF, a prevenção segue sendo, neste momento, a principal estratégia para evitar que o moko da bananeira avance e se torne uma ameaça ainda maior à bananicultura no Acre.