Família diz que irmãos presos em operação caçavam cutia para se alimentar

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Na última quarta-feira, 20 de agosto, uma ação conjunta do 6° Batalhão de Polícia Militar e do Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC), no âmbito da Operação Protetor dos Biomas, resultou na prisão de três homens acusados de caça ilegal na zona rural de Cruzeiro do Sul.

De acordo com a nota oficial, a fiscalização ocorreu no Ramal Santa Cruz, onde os homens foram flagrados com espingardas, cães de caça e um animal silvestre abatido (cutia). Foram apreendidas três armas de fogo, dois facões e duas facas.

Na mesma data, em outra frente da operação, no Ramal do Mato Grosso, dois homens foram surpreendidos transportando madeira serrada sem autorização. Ao todo, foram encontradas 231 peças, totalizando 10,39 m³, além de um caminhão preparado para o transporte da carga. Todos os envolvidos receberam voz de prisão em flagrante e foram conduzidos à Delegacia de Polícia Civil de Cruzeiro do Sul.

Entretanto, a família dos três acusados de caça ilegal contesta a versão policial. Em entrevista ao Juruá24Horas, a irmã dos detidos, Jamila da Silva Alemão, relatou que os irmãos haviam saído apenas em busca de alimento para casa, já que a família estava passando por dificuldades.

“Eles saíram para caçar para trazer comida para nós, porque tínhamos passado o dia sem comer, só torrando massa e raspando mandioca. Quando os cachorros aquaram a cutia, eles mataram e trouxeram. Foi justamente quando chegaram em casa que a polícia apareceu e prendeu eles”, contou Jamila.

Ela acrescentou ainda que, no mesmo dia, acompanhava outro irmão em Cruzeiro do Sul para comprar itens pessoais, já que ele deveria viajar no dia 28 para realizar uma cirurgia no olho. Durante a ida ao banheiro em um estabelecimento, o homem teria tido seus pertences furtados.

“Roubaram todas as coisas dele, ele não percebeu na hora. Quando viu, a bolsa estava aberta e não tinha mais nada”, completou Jamila.