Criador de abelhas de Mâncio Lima ganha espaço na Expoacre e destaca importância de criar abelhas sem ferrão

No sétimo dia da Expoacre 2025, a produção de mel foi tema de destaque entre os expositores da agricultura familiar. A equipe do ac24agro conversou nesta sexta-feira, 01, com dois apicultores que trouxeram diretamente do interior do Acre para o Parque de Exposições Wildy Viana, em Rio Branco (AC).

Direto da região do Juruá, uma amostra da diversidade e riqueza da apicultura foi mostrada por Vicente Natanael, que trabalha com abelhas com ferrão da espécie italiana, e Gladson Muniz, que cria abelhas sem ferrão.

Vicente apresentou seus produtos e compartilhou detalhes sobre a criação da abelha italiana, conhecida por produzir mel em maior escala. “A criação da abelha com ferrão não é tão complicada como se imagina. Você primeiro tem que ter a caixa, depois fazer a captura e da captura aprender a fazer o manejo dela”, explicou.

Segundo ele, o processo de produção leva cerca de um mês após a captura, tempo necessário para a colônia se estabelecer. “Ela vai produzir a cera, vai fazer a casa dela, como se fosse uma mudança. Após isso, entre cerca de duas a um mês, vai ter a produção de mel”, completou Vicente, acrescentando que, após a extração, o mel é levado às residências e passa por processo de limpeza antes da comercialização.

Além do mel puro, Vicente destaca os derivados possíveis. “100% do que a abelha produz deve ser aproveitado, como o pólen, como a geléia real, como o mel dela, como a cera Tudo deve ser aproveitado, porque cada um tem a sua finalidade. É bom que as pessoas começassem a ter o incentivo de usar o mel como comida, entende? Não só como remédio”, explicou.

A reportagem também conversou com Gladson Muniz, apicultor que se dedica à criação de abelhas sem ferrão. Para ele, a experiência vai além do ofício. “Para mim é muito gratificante trabalhar com ela, porque é uma abelha mansa. Quando eu vou colher, eu colho eu, minha mulher, meu menino”, destacou.

Gladson reforça o potencial medicinal do mel produzido por essa espécie. “Ela é muito boa de se lutar, dá muito mel, o mel gostoso, medicinais, o mel gripe, quando a gente está com gripe, gastrite, tudo isso aí é bom. Essa daqui, eu tiro de 100 em 100 meses. Ela é uma abelha mais vagarosa, mas para a medicina ela é a melhor que tem, 100%”, ressaltou.

Segundo o produtor rural, a motivação para iniciar na apicultura surgiu de uma necessidade pessoal. “Eu crio ela por causa que eu tive um problema de gastrite, aí o rapaz me ensinou o mel dela com as folhas, né? Eu fiz e curei a gastrite .Mais medicinal porque eu tenho um exemplo comigo mesmo, que o mel me curou. Estava virando úlcera já. A solução foi o mel de abelha. Por isso que hoje eu sou criador de abelhas sem ferrão, porque é muito gratificante. Elas não são agressivas”, destacou.