Marido de bióloga morta por linha de cerol no Acre fala sobre a tragédia: “Sonhos foram interrompidos”

A reportagem de Mazinho Rogério para a Rede Amazônica, afiliada da TV Globo, retratou com sensibilidade a dor da família de Jéssica Souza dos Santos, de 33 anos, que perdeu a vida de forma trágica no último sábado (19), após ser atingida por uma linha com cerol enquanto pilotava sua motocicleta no bairro João Alves, em Cruzeiro do Sul.

Formada em Ciências Biológicas, Jéssica trabalhava como professora mediadora em uma escola de ensino integral. Era considerada uma jovem cheia de sonhos e com uma vida inteira pela frente ao lado do marido, o policial militar Kelvin Vieira dos Santos. Abalado, ele falou sobre os planos que o casal fazia para o futuro.

“Ela não falava de outra coisa. A casa dela era prioridade. Eu estava esperando ser chamado no concurso do Amazonas. Depois do concurso, a gente ia fazer nossos filhos…” contou Kelvin, emocionado.

O policial estava de serviço quando recebeu a notícia do acidente. Inicialmente, não imaginava a gravidade da situação.

“Eu pensei que não era nada. Só um acidente… minha esposa já tinha caído outras vezes de moto. Mas quando cheguei no local, a SAMU já estava lá. Eles disseram que não tinha mais jeito, que foi muito rápido. E não tinha o que fazer” relembrou.

Jéssica costumava visitar a mãe todos os dias e fazia o trajeto por uma rua íngreme com duas ladeiras acentuadas. Foi justamente na subida da última ladeira, a menos de 100 metros da casa da família, que o acidente aconteceu. A linha com cerol atingiu o pescoço da professora, que morreu antes de receber atendimento.

A morte de Jéssica causou grande comoção em Cruzeiro do Sul, a segunda maior cidade do Acre. No velório, familiares, colegas e amigos prestaram as últimas homenagens, ainda inconformados.

“Jéssica era muito querida por todos, pela família. Era a irmã mais velha, praticamente cuidava das coisas dos pais dela. Estamos num momento muito difícil. A perda dela não vai ser suprida. Não tem como ela voltar mais” disse um familiar.