“Enéas já alertava: a cobiça é pelo subsolo da Amazônia”, diz Pedro Valério

No DiárioCast, o podcast do Diário do Acre, o radialista, produtor rural e presidente estadual do PRD, Pedro Valério, criticou o modelo ambiental aplicado na Amazônia e a atuação da ministra Marina Silva. Para ele, o discurso ecológico adotado por potências estrangeiras e reforçado por ONGs internacionais tem menos a ver com a floresta e mais com os recursos naturais do subsolo amazônico.

“Eles não estão de olho na floresta. Essa história de que a floresta é o pulmão do mundo é balela. Estão de olho é no que está embaixo dela: petróleo, gás, manganês, nióbio. É por isso que querem impedir o Brasil de explorar suas riquezas. Marina Silva é uma agente desses interesses internacionais”, disparou.

Valério relembrou ainda o discurso do saudoso Enéas Carneiro, candidato à presidência em 1989, que já alertava para a cobiça internacional sobre a Amazônia. Ele apontou a incoerência dos países mais poluentes do planeta, como China, Alemanha e Estados Unidos que, segundo ele, usam o discurso ambiental como ferramenta de controle geopolítico.

“Essas ONGs deveriam estar de olho na China, que polui absurdamente, ou na Alemanha, que queima carvão. Mas não. O foco é o Brasil. Porque querem nos manter dependentes e enfraquecidos. E o ambientalismo que chega aqui já vem pronto, enlatado, para nos impedir de prosperar”, afirmou.

Críticas

Durante a conversa, Valério também cobrou uma atuação mais articulada da bancada federal acreana, especialmente diante das recentes operações ambientais que vêm impactando produtores rurais na Reserva Chico Mendes.

“A nossa bancada deve uma conta muito grande ao Acre. Foram fazer discurso, dar entrevista, mas até agora nenhum movimento efetivo. Tem cinco projetos de lei tramitando sobre a Reserva. Por que não juntam tudo em um só e fazem andar?”, questionou.

Para ele, é possível mobilizar um grupo coeso no Congresso com parlamentares do Acre, Rondônia, Mato Grosso, Amazonas, Pará, Roraima e Amapá para enfrentar o que chamou de “aparelho repressivo do Estado”.

“É só ter articulação, ter charme político, como dizia Gorbatchev. Falta isso: união e foco. Precisamos, no mínimo, de uma revisão no modo de exploração da Reserva Chico Mendes. Se hoje só se pode criar 30 cabeças de gado, que aumentem isso para 80, 100. Com incentivo técnico, é possível manter o que já existe sem desmatar mais”, concluiu.

Assista ao episódio completo no canal do Diário do Acre no YouTube.