
A Polícia Civil do Acre apura as circunstâncias da morte da enfermeira Jonnavila Mendes, de 32 anos, registrada na noite do último domingo (29), em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no Segundo Distrito de Rio Branco. A paciente deu entrada na unidade relatando dores no corpo e dificuldades respiratórias, mas sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.
Segundo informações da equipe médica, Jonnavila foi levada ao local por A.P.S.L., com quem mantinha um relacionamento. Ela teria perdido a consciência ainda na triagem e foi levada à sala vermelha, onde recebeu atendimento da equipe plantonista. Apesar dos esforços, morreu por volta das 22h.
Durante os procedimentos de preparação do corpo, profissionais de saúde observaram a presença de hematomas em várias regiões, o que motivou o acionamento da Polícia Militar e do Instituto Médico Legal (IML). O caso foi encaminhado à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).
Família relata histórico de afastamento e preocupação
Parentes de Jonnavila Mendes afirmam que ela mantinha um relacionamento com A.P.S.L. há cerca de um ano. Segundo os familiares, nos últimos meses, ela teria se afastado de amigos, parentes e colegas de trabalho. Também mencionaram mudanças de comportamento e vestimentas que, segundo eles, seriam atípicas para o clima da capital acreana.
Informações apontam ainda que, em maio, uma denúncia anônima sobre uma possível situação de violência doméstica envolvendo o casal chegou às autoridades. Na ocasião, a enfermeira negou qualquer tipo de agressão.
Vizinhos do prédio onde Jonnavila morava relataram à reportagem que eram comuns discussões e conflitos. Alguns disseram que chegaram a pedir à proprietária do imóvel a desocupação do apartamento em razão dos episódios constantes.
Família recupera pertences com apoio da PM
Após a morte de Jonnavila, familiares relataram dificuldades para reaver seus pertences, como o celular e o veículo, que estavam com A.P.S.L. A recuperação foi feita com apoio da Polícia Militar. A família também informou que o telefone da vítima teria sido acessado após o óbito, e mensagens pessoais teriam sido apagadas. O caso foi formalmente denunciado à Deam.
Diante do cenário, a Justiça concedeu medida protetiva aos familiares e reforço na segurança do velório da enfermeira.
Suspeito foi detido e polícia aguarda laudo
Na noite da segunda-feira (30), A.P.S.L. foi conduzido à Deam durante o andamento das investigações e por denúncias de ameaças. A Polícia Civil aguarda o laudo cadavérico do IML para esclarecer a causa da morte. Até o momento, a principal linha de investigação trata o caso com base em indícios, mas sem confirmação oficial.
A audiência de custódia de A.P.S.L. está prevista para a manhã desta terça-feira (1º), quando a Justiça deve decidir sobre a manutenção da prisão ou uma possível liberação.
A reportagem entrou em contato com a delegacia responsável, mas, até o fechamento desta edição, apenas o delegado plantonista se manifestou, sem fornecer mais detalhes sobre o andamento do inquérito.