Estudantes reclamam de condições em refeitório do Ifac e relatam sujeira e até caramujo em prato: ‘situação é bem precária’

Estudantes do Instituto Federal do Acre (Ifac), do campus de Rio Branco, divulgaram nas redes sociais denúncias de más condições e alimentação imprópria para consumo no refeitório da unidade escolar, além do mau estado de conservação do espaço, que é administrado por uma empresa terceirizada.

As postagens mostram um prato no qual é possível perceber o que seria um caramujo, e outro o que seria uma mosca. A estudante Júlia Karen, uma das denunciantes, relata que casos como esses são constantes, e que as más condições deixam os estudantes receosos por problemas de saúde.

“Acredito eu que não somente eu, mas como outros alunos fizeram a denúncia a respeito do animal na comida. E dos animais, na verdade, porque foi caramujo, mosca, cabelo e sabe-se lá mais o que poderia ter na alimentação. Já estávamos falando, tentando resolver com a instituição, mandando denúncias, fotos, e eles sempre falavam que era pra gente continuar mandando para eles terem provas, mas nada acontecia, além de que sempre falavam para nós que a empresa seria demitida. Desde o começo desse ano, a situação é bem precária, e tem muito mais, além de plástico no salgado, arroz estragado, comida de outros dias, porque sobra, e eles misturam com outras. A gente ainda tem que ficar duas horas em uma fila pra comer comida que corre o risco de causar intoxicação alimentar, que já ocorreu inclusive com professores da instituição e alunos”, conta.

g1 entrou em contato com o Ifac, que se pronunciou por meio de nota. O Instituto afirma que rompeu o contrato com a empresa responsável pelo refeitório e que uma nova deve ser contratada, mas apenas no segundo semestre. O Ifac também afirmou ter se reunido com representantes dos estudantes para informar sobre as medidas.

“Informamos ainda que a empresa terceirizada, responsável pelo fornecimento de alimentação para o campus Rio Branco, foi notificada para rescisão do contrato e que, a partir do 2º semestre, uma nova empresa será contratada para atender aos estudantes, conforme processo licitatório já em andamento”, diz. (Confira a íntegra da resposta após o texto)

No refeitório, o almoço é gratuito em dias de aulas integrais de acordo com o curso. No restante dos dias, o prato custa R$ 10. Ainda segundo a estudante, com o rompimento entre o Ifac e a empresa que administrava o restaurante, as aulas do ensino integral foram suspensas até que a nova administração assuma o espaço.

Além dos problemas com a alimentação, Júlia diz ainda que as condições do refeitório também são ruins, com cadeiras deterioradas e a presença de animais que chegam a dormir em cima das mesas.

“São situações que ocorrem diariamente conosco, são sanduíches estragados, animais tendo contato com garfos e facas, animais dormindo em cima das mesas, que não estão lá em seu bom estado, mas que nós usamos alimentar. É uma situação bem precária e a gente fica com receio de comer na escola”, finaliza.

Estado de conservação do espaço também gera reclamações de estudantes, com cadeiras deterioradas e más condições de higiene — Foto: Reprodução

Estado de conservação do espaço também gera reclamações de estudantes, com cadeiras deterioradas e más condições de higiene — Foto: Reprodução

Nota oficial

 

A direção-geral do campus Rio Branco do Instituto Federal do Acre (Ifac) informa que as denúncias apresentadas pelos estudantes sobre a alimentação servida no refeitório da unidade estão sendo devidamente apuradas.

Informamos ainda que a empresa terceirizada, responsável pelo fornecimento de alimentação para o campus Rio Branco, foi notificada para rescisão do contrato e que, a partir do 2º semestre, uma nova empresa será contratada para atender aos estudantes, conforme processo licitatório já em andamento.

A direção-geral do campus Rio Branco reitera que está acompanhando a situação de forma rigorosa para que os fatos desta natureza não ocorram, assim como também adotando as providências legais que o caso requer.

Rio Branco (AC), 22 de junho de 2023

Paulo Roberto de Souza

Diretor-Geral

g1