
Ômicron já responde por quase todos os resultados positivos de Covid-19 no estado do Acre. É o que mostra um boletim de vigilância epidemiológica divulgado pela Rede Corona-ômica, ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.
O estudo analisou 25 amostras positivas para Covid-19 do estado acreano entre 1º de novembro de 2021 e 6 de janeiro de 2022, e os dados indicam que no mês de janeiro a variante já representa 100% dos testes positivos de coronavírus no Acre.
Em janeiro foram analisados sete casos positivos de Covid-19, sendo que um deles deu que se tratava da Ômicron. Em dezembro, do total de 16 casos analisados, dois deram positivo para a variante. Já no mês de janeiro, os dois casos analisados de Covid indicaram que era a Ômicron.
Saúde estadual não tem casos confirmados
Apesar dos dados da pesquisa, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) e a Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco afirmam que ainda não há confirmação oficial de casos de Ômicron no estado e na capital.
Segundo a secretária de Saúde do Acre, Paula Mariano, as amostras enviadas para análise no laboratório Evandro Chagas, no Pará, ainda não tiveram resultado informado. A mesma informação foi dada pela coordenadora do Departamento de Vigilância Epidemiológica de Rio Branco, Socorro Martins.
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Secretária Paula Mariano diz que resultados de testes não chegaram ao estado, mas que equipes de saúde já consideram Ômicron — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre
Porém, Paula Mariano diz que a Sesacre já considera um cenário com a variante.
“O Ministério da Saúde nos mandou uns kits que sugerem qual é a variante e, em cima dessas análises, a gente separa as amostras e manda para o Instituto Evandro Chagas e o Instituto dá o retorno pra gente. Até o momento, desses que a gente avaliou, nenhum foi sugestivo de Ômicron e a gente ainda não obteve resposta do Instituto. Estamos no aguardo, mas o comportamento que a gente vem vivenciando na pandemia já nos faz pensar que é a Ômicron”, disse a secretária.
Paula explicou ainda que só é possível detectar a variante Ômicron no caso dos testes RT-PCR e que o aumento expressivo de casos de infecção no estado está sendo constatado, em sua grande maioria, por meio de testes rápidos.
“Podemos observar com o avanço da vacinação e a chegada dessa nova variante que são sintomas leves, onde está se complicando são em pacientes não vacinados. Os sintomas leves são: dor de cabeça, garganta arranhando, sintoma como se fosse gripal de via superior. Estamos vendo o cenário de propagação rápida, mas de casos leves em pessoas vacinadas.”
Em análise epidemiológica, a secretária diz que a previsão é que o pior momento deve ocorrer na segunda quinzena de fevereiro. Por isso, ela ressalta a importância da vacinação e das demais medidas de prevenção.
A secretária afirmou ainda que as pessoas que tem imunossupressão já podem procurar a quarta dose.
“Pedimos que evitem aglomeração, usem de máscara, façam a lavagem de mão, e tomem a vacina. Esses cuidados que a gente tem que ter. Precisamos da ajuda da população para aumentar a imunização e sairmos dessa pandemia”, concluiu.
Ômicron responde por quase todos os resultados positivos de Covid no Brasil
‘Maior poder de infecção’, diz especialista
A infectologista Gabriela Cordeiro de Carvalho afirma que o atual cenário de aumento de casos de Covid-19 em todo país mostra que a variante Ômicron tem um maior “poder de infecção”.
“Temos visto que é uma variante com poder de infecção maior e que os sintomas têm se manifestado muito parecidos com um quadro respiratório, uma infecção viral como gripe e Influenza e isso acaba prejudicando um pouco. Isso porque muitos pacientes estão infectados e acham que é só uma gripe. Então, não buscam fazer o exame e não fazem o isolamento de forma correta e aí vai só piorando o quadro de infecção, com maior contaminação”, afirmou.
A especialista também ressalta a importância da vacinação. “Sempre batemos na tecla de que a vacina previne a forma grave da doença. Temos visto um grande número de casos de pacientes infectados e uma boa parte desses pacientes evoluindo de forma muito leve. O que não aconteceu no cenário da primeira e nem da segunda onda. Então, com certeza, a gente atribui isso à vacinação.”
A orientação em caso de apresentação de sintomas como problemas respiratórios, diarreia, dor no corpo, dor de cabeça, segundo a infectologista, é fazer o isolamento e aguardar, ao menos, três dias para fazer o teste de Covid-19.