
O sistema prisional do Acre registrou um recorde histórico de inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade (Enem PPL): 832 detentos farão as provas nos dias 16 e 17 de dezembro. O número representa um aumento significativo de 69% em relação à edição de 2024, que teve 491 participantes, e de 55% sobre 2023, quando 535 custodiados realizaram o exame.
De acordo com o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC), os inscritos recebem preparação especializada que inclui material didático, vídeos educativos e aulas presenciais duas vezes por semana, com apoio da Secretaria de Estado de Educação. A chefe da divisão de Educação do Iapen, Margarete Frota, destacou que o trabalho abrange desde a organização documental até o acompanhamento pós-aprovação, garantindo o acesso ao ensino superior ou certificação do ensino médio.
Segundo ela, cada unidade prisional segue um cronograma próprio, mas, em média, os materiais de estudo, como apostilas e livros, são disponibilizados cerca de dois meses antes da prova.
As aulas são ministradas aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) dentro das unidades. “Professores e educadores atuam em conjunto para que os candidatos estejam preparados”, explicou Margarete.
Após o exame, os reeducandos que alcançam bons resultados recebem acompanhamento da equipe do Iapen e das famílias para fazer as inscrições no Sisu e no Prouni, quando conseguem ingressar em universidades públicas ou privadas.
Detento do Acre é primeiro do sistema prisional a ganhar bolsa integral em ciências contábeis via Enem
Um detento de 47 anos que cumpre pena no Núcleo de Custódia Especial de Rio Branco tornou-se o primeiro interno do sistema prisional acreano a conquistar uma bolsa integral em ciências contábeis pelo Prouni, graças ao seu desempenho no Enem PPL 2024. O caso, considerado uma ação-piloto no estado, demonstra o potencial da educação como ferramenta de ressocialização.
“Foi muito bom saber que eu tinha passado. Para quem gosta de estudar, pelo menos aqui dentro tem tempo”, relatou o reeducando.
De acordo com Margarete Frota, chefe da divisão de Educação do Iapen, o projeto foi estruturado com tablets configurados exclusivamente com conteúdos acadêmicos, sem acesso à internet, garantindo segurança e monitoramento.






