Calixto nega perseguição e diz que Alan Rick controlava cerca de 300 cargos no governo

A demissão de Paulo Vitor Marques Ribeiro, filho do pastor Agostinho, da Igreja Batista do Bosque, reacendeu nesta quarta-feira, 12, os rumores de retaliação política dentro do governo do Acre. O caso ganhou repercussão porque o pastor, uma das principais lideranças evangélicas do estado, declarou apoio ao senador Alan Rick (Republicanos) durante o ato de filiação do parlamentar, no último sábado, 08, quando chegou a orar pedindo que ele fosse eleito o próximo governador do Acre.

Paulo Vitor, que trabalhava por meio de uma empresa terceirizada, teve o contrato rescindido pela Secretaria de Governo (Segov) sob a justificativa de contenção de gastos com mão de obra terceirizada.

Em entrevista concedida ao ac24horas, o secretário de Governo, Luiz Calixto, negou qualquer tipo de perseguição política e afirmou que os cortes fazem parte de um ajuste orçamentário determinado pelo núcleo financeiro do Estado. “Se você ligar para todas as secretarias do Estado, todas, absolutamente todas, elas estão afastando cargos terceirizados por uma questão de ajuste orçamentário. Então, isso não foi uma questão exclusiva do Pastor Agostinho”, declarou Calixto.

O secretário disse ainda que há uma tentativa de setores atingidos de se colocarem “na posição de vítimas” e reforçou que a medida é geral. “O problema é que esse pessoal tá querendo se colocar numa posição de perseguido. Eu vou te passar, inclusive, o Ofício Circular do Secretário da Fazenda, do Secretário de Planejamento, determinando que todos os órgãos façam ajustes”, completou.

Durante a conversa, Calixto citou o senador Alan Rick e afirmou que, quando ainda mantinha alinhamento político com o governo, tinha ampla influência sobre cargos na administração estadual. “Por exemplo, o senador Alan, antes dele romper com o governo, tinha 300 cargos no governo, entendeu? E todo mês ele alterava as nomeações dele. Tirava um, botava outro”, disse.

O secretário foi além, afirmando que o parlamentar chegou a controlar uma grande quantidade de indicações políticas. “Eu queria, aliás, que você reforçasse que ele tinha uns 300 cargos e todo final de mês o assessor dele ia fazer alterações. Eu não sei se era 299 ou 300, eu sei que era muita gente”, afirmou Calixto.