
Em Mâncio Lima, o café deixou de ser apenas uma bebida para se transformar em símbolo de identidade, tradição e oportunidade.
Em Mâncio Lima, o café deixou de ser apenas uma bebida para se transformar em símbolo de identidade, tradição e oportunidade. Depois de décadas de esquecimento, a cultura cafeeira voltou a ganhar força a partir de 2018 e hoje já é reconhecida como a melhor do Acre, gerando renda, abrindo mercados e transformando vidas no município.


Durante o Festival do Coco, o estande da Cooper Café foi um dos mais visitados, apresentando o produto em diferentes versões: no grão, em pó e no cafezinho feito na hora por um barista. Além da degustação, os visitantes puderam acompanhar o processo completo de produção, desde a muda até chegar à xícara.
O prefeito Zé Luiz destacou o fortalecimento da cadeia produtiva e anunciou um investimento de R$ 1 milhão, proveniente de emenda do deputado federal Roberto Duarte, destinado a agricultores familiares. O recurso será usado principalmente para a compra de adubo, medida que deve dobrar a produção de diversos produtores locais.
O presidente da Cooper Café, Jonas Lima, reforçou o compromisso da cooperativa com seus 180 cooperados e o apoio da gestão municipal. Segundo ele, a parceria já está resultando em maior confiança e perspectivas de expansão da produção.
Jovens empreendedores
A nova geração também tem contribuído para o crescimento do setor. O agrônomo Bruno Oliveira Silva, do Café Vó Raimundo, iniciou em 2018 o primeiro viveiro de mudas registrado em Mâncio Lima. Hoje, cultiva 12 mil plantas em 3,2 hectares e já conquistou reconhecimento em concursos estaduais, levando o nome do município para o cenário nacional.
Protagonismo feminino
Outro destaque é o grupo Elas no Café, iniciativa pioneira das Mulheres Cafeicultoras da Cooper Café, liderado por Katrine Vieira. O projeto busca valorizar a participação feminina na cafeicultura, unindo tradição, inovação e sustentabilidade. Com três hectares de cultivo, Katrine defende que as mulheres deixem de ser coadjuvantes e assumam o protagonismo no setor.
Café Contri aposta na produção local
A qualidade do café de Mâncio Lima também atraiu o interesse de empresas consolidadas. A Café Contri, de Rio Branco, adquiriu 1.200 sacas da produção local e já sinalizou que tem mercado para absorver todo o volume ofertado. Segundo o empresário Beto Moreto, o diferencial do café está na correção de solo, no plantio bem executado e no acompanhamento técnico especializado.
Tradição e inovação lado a lado
De volta às origens, o café reafirma seu papel na história de Mâncio Lima e projeta um futuro de prosperidade. Entre cooperativas, empreendedores jovens, mulheres cafeicultoras e empresas consolidadas, o município se consolida como referência estadual na produção de um café de qualidade, que une tradição, inovação e desenvolvimento social.
