Casa de farinha de mandioca tecnológica e automatizada tem atraído centenas de visitantes no Festival do Coco

Mâncio Lima, cidade mais ocidental do Brasil, é reconhecida pelo café, pelo coco e também pela produção da melhor farinha de mandioca da região. Esse produto continua sendo o carro-chefe da economia local, responsável pelo sustento de centenas de famílias e pela movimentação do mercado, com grande procura na região do Juruá e em outros estados do Norte.

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Durante o Festival do Coco, o Estádio Totão abriga uma casa de farinha automatizada, atraindo visitantes que acompanham de perto o processo de produção e degustam o alimento. Diferente dos métodos tradicionais, a estrutura funciona à base de energia elétrica, reduz o esforço manual e aumenta a produtividade.

Arisson Gomes da Silva, autônomo, que já trabalhou na produção de farinha, visitou o estande ao lado da esposa e fez questão de conhecer a novidade.

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“A gente ia passando e resolveu entrar para ver essa invenção, a casa de farinha automatizada. Para nós agricultores, isso é uma nova tecnologia, uma melhoria. Com esse avanço, facilita nosso trabalho e melhora nossa situação no campo.”

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No método convencional, a farinha exige longas horas de trabalho manual. A mandioca precisa ser descascada, lavada, ralada e prensada para retirada da água. Depois, a massa é levada ao forno, onde uma ou duas pessoas mexem sem parar até atingir o ponto ideal de torra — processo cansativo que pode durar mais de 14 horas para produzir poucas sacas.

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Com a casa de farinha automatizada, esse trabalho mudou. O forno elétrico mantém a temperatura controlada, dispensando o esforço manual. Segundo o técnico da SEAGRO, Murilo Mattos: “O termômetro substitui o olhar e a experiência do agricultor, dando o ponto certo da farinha, com padrão de cor, crocância e qualidade. Em oito horas, o forno é capaz de produzir até 25 sacas, algo impossível de ser alcançado apenas com a mão de obra manual”.

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Quem primeiro acreditou na inovação foi o produtor rural José Francisco Oliveira do Nascimento, o Zeca da Farinha, do ramal Pentecostes. Hoje, ele é um dos maiores fornecedores do produto na região e fala com orgulho da mudança que viveu. Hoje, sua família e outras sete, da mesma comunidade, já aderiam a invenção e fazem parte da COOPER Farinha.

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“No começo houve muita resistência. A gente só acredita quando vê. Mas depois que conheci o forno automatizado, percebi que era a saída para nós agricultores. Antes eu precisava de 14 horas para produzir seis sacas. Agora, em oito horas consigo fazer 25. Isso não é só mais produção, é dignidade. Eu acordava de madrugada, duas ou três horas, para começar a torrar. Hoje eu acordo às sete e produzo três vezes mais. O termômetro faz o ponto da farinha com precisão, garantindo qualidade e crocância. Isso é libertar o produtor de um trabalho escravo”, disse o produtor rural.

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A renda da família de Zeca chega a cerca de R$ 12 mil por mês, com sacas vendidas a R$ 250 para mercados locais e restaurantes. Pela primeira vez, sua produção está exposta no Festival do Coco. Além da farinha, o público encontra beiju, tapioca, pé de moleque e outras iguarias derivadas da mandioca, em um dos estandes mais visitados do evento.

A iniciativa também foi levada para dentro do festival pela Prefeitura de Mâncio Lima, através do prefeito Zé Luiz e do secretário de Produção, Edvaldo Barbosa, como forma de valorizar o trabalho das famílias rurais. “A farinha é símbolo da nossa economia e da mesa acreana. Apoiar quem produz é reconhecer o esforço de homens e mulheres que sustentam suas famílias e ajudam a movimentar o comércio. Mostrar essa cadeia produtiva no Festival do Coco é dar visibilidade a quem mantém viva uma tradição essencial para a nossa cidade”, destacou o

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No estande, além de acompanhar a produção, o público pode levar para casa farinha, beiju, tapioca, pé de moleque e outros derivados da mandioca.

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A atração está entre as mais visitadas, reforçando que, mesmo diante das inovações, a farinha de Mâncio Lima continua sendo um patrimônio cultural e econômico da região.

Assessoria de Comunicação Social