
Operação conjunta da PF e Polícia Civil prendeu 15 pessoas no Rio de Janeiro
O deputado estadual Thiego Raimundo de Oliveira Santos, conhecido como TH Joias, foi preso neste fim de semana em uma operação conjunta da Polícia Federal e da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ao todo, 15 pessoas foram detidas. O parlamentar é apontado como uma das principais conexões políticas do Comando Vermelho (CV), acusado de usar o mandato para lavagem de dinheiro, negociação de armas e repasse de informações sigilosas sobre ações policiais.
Segundo os investigadores, TH transitava com desenvoltura tanto nos corredores da Assembleia Legislativa quanto nos bastidores do crime. Vídeos interceptados pela polícia mostram o deputado deitado em uma cama coberta de reais e dólares, além de reuniões com traficantes, onde era apresentado como “o teu, o meu, o nosso deputado”. Em tom de ironia, chegou a perguntar: “Tô bonito?”. Para a PF, ele representava “a facção criminosa vestida de terno, subindo em palanques”.
Negócios ilícitos e contatos com traficantes
Antes da vida política, TH herdou do pai o ofício de joalheiro, atividade que, segundo a investigação, funcionava como fachada para movimentar recursos ilegais. As apurações apontam que ele passou a intermediar vendas de fuzis e munições.
Em um dos vídeos obtidos pela polícia, o deputado aparece negociando diretamente com Gabriel Dias de Oliveira, o “Índio do Lixão”, ligado ao tráfico. Durante a conversa, Índio afirma: “Eu me dou com os monstros da facção, cara. Eu movimento dinheiro do homem mais procurado do Comando Vermelho”, em referência a “Pezão”, chefe do tráfico no Complexo do Alemão.
Histórico de condenações
Não foi a primeira vez que TH enfrentou a Justiça. Em 2017, ele chegou a ser condenado a 15 anos de prisão por crimes de lavagem de dinheiro, tráfico de armas e drogas e cooptação de policiais. Apesar da sentença, cumpriu apenas 10 meses de pena, sendo liberado após recorrer em liberdade.