Gladson na corrida contra o relógio

Gladson Cameli chamou os secretários pro Museu dos Povos Acreanos e fez pose de maestro: todo mundo alinhado, todo mundo na batuta. O discurso? Simples: “2025 é o ano da execução”. Tradução: se não entregar agora, não entrega mais.

E Gladson sabe disso. O relógio corre, e em oito meses ele pode largar a cadeira de governador pra tentar outra — a do Senado. Mas, até lá, precisa mostrar obra virando concreto, não só PowerPoint de secretaria.

O cardápio do dia

Ele listou as prioridades: Complexo Viário, nova Maternidade, Arco Metropolitano e a famosa Ponte da Sibéria, em Xapuri. Tudo coisa grande, tudo promessa antiga. Se sair do papel até abril, dá pra inaugurar com fita cortada e foto na faixa. Se atrasar, entra na prateleira dos “legados inacabados”, que todo governo adora deixar pra sucessor.

O que não foi dito

Gladson jura que a conversa foi “técnica, nada de política”. Aham. Qualquer acreano que respire sabe que gestão e política, aqui, andam de mãos dadas — e de mão bem apertada. Reunião a portas fechadas, cobrança de resultados e prazo batendo no cangote? Isso tem cheiro de eleição mais forte do que de obra recém-inaugurada.

O jogo é esse

No fim das contas, Gladson quer ser lembrado como o governador que entregou obras estratégicas — e não como mais um que ficou na promessa. É a diferença entre sair pela porta da frente rumo ao Senado ou pela porta lateral, carregando a pecha de gestor enrolado.

A reunião no Museu não foi só alinhamento. Foi aviso: ou a máquina gira, ou o Acre assiste, de novo, àquele velho filme de obras que começam, mas não terminam.

🎙️ Coluna do Ton — direto, sem floreio.
Porque alguém precisa dizer o óbvio, sem medo de arranhar o verniz.