Seca avança em terra indígena de Feijó: água vira lama e crianças e idosos ficam doentes

O jornal O Varadouro noticiou nesta terça-feira (22) a situação crítica vivida pelo povo Shanenawa, que enfrenta os impactos severos da estiagem em Feijó, interior do Acre.

A realidade na aldeia Shanayhu, localizada na Terra Indígena Katukina Kaxinawá, é alarmante. O único açude que abastece a comunidade está secando rapidamente, e a água restante já começa a se transformar em lama.

“Crianças e idosos desenvolvem doenças pelo uso de água insalubre. A falta de energia agrava a situação”, destaca a reportagem.

Maria Valderina, liderança Shanenawa, divulgou áudios e vídeos nas redes sociais pedindo ajuda das autoridades. Os mais vulneráveis têm apresentado casos de diarreia, desidratação e alergias na pele em decorrência da água contaminada.

O igarapé nas proximidades, que poderia servir como alternativa diante da escassez no açude, também está secando e se tornando impróprio para uso.

O cenário se agrava ainda mais com a ausência de energia elétrica. Segundo a liderança indígena, a comunidade reivindica a instalação da rede elétrica há sete anos, sem sucesso.

A situação também se agrava com as enchentes – um outro extremo das mudanças climáticas/Foto: Reprodução

“Nos últimos anos, tem aumentado o número de comunidades indígenas no Acre afetadas por eventos climáticos extremos. No verão, a seca compromete não apenas o acesso à água potável, mas também a segurança alimentar. Os dias mais quentes e a ausência de chuvas prejudicam os roçados de subsistência das famílias. Já no inverno, as enchentes alagam os territórios, contaminam poços e destroem a agricultura e a criação de animais”, acrescenta a reportagem.

A estiagem dos rios tem dificultado a chegada de materiais, água e alimentos à comunidade.