Em apenas dois meses, Câmara de Mâncio Lima gasta quase R$ 50 mil em diárias e por precaução “pisa no freio”

Em apenas 87 dias, a Câmara Municipal de Mâncio Lima gastou R$ 47.886,00 em diárias. Os gastos começaram já no comecinho do ano, 17 de janeiro, e foram até o dia 14 de abril, totalizando 2 meses e 27 dias. Depois disso, parece que alguém puxou o freio de mão.

O curioso é que os vereadores continuaram viajando para Rio Branco mesmo depois dessa data, mas, veja só, sem mais pagamentos de diárias para servidores e parlamentares. Coincidência? O mais provável é que, percebendo o gasto acelerado e o risco de escândalo, a solução foi segurar os repasses ou pelo menos deixar de registrar no Portal da Câmara, site esse que você leitor, pode pesquisar no seu celular ou computador e ver cada gasto, apenas os “lícitos”. Porém, o site possui instabilidade, não sendo possível filtrar com exatidão às colunas de gastos de empenho, que seriam às faturas de diárias de cada parlamentar e servidor. Lembrando que o software custa quase R$ 100 mil por ano para a casa do povo, pelo alto custo devia ser mais eficaz.

Gastos diárias civil do legislativo municipal – Foto: reprodução

Vamos aos fatos, a distância até a capital é longa, sim, são cerca de 680 km. Uma diária de quase R$ 600 por pessoa até pode parecer justa diante de uma viagem cansativa como essa. Mas a coisa muda de figura quando as viagens são feitas em comitiva, com grupo de vereadores e funcionários indo ao mesmo tempo e ficando quatro ou cinco dias por lá. Numa dessas, uma simples “agenda oficial” ou reunião acaba custando mais de R$ 10 mil aos cofres públicos. Uma ingênua sujestão deste redator: alguns desses encontros poderiam ser feito de forma remota pelo Google Meet, mas…

E nem dá pra dizer que o custo é todo justificado. A Câmara tem um carro alugado, pago com dinheiro público, que custou mais de R$ 60 mil somente para esse ano, em 2026 têm mais Pix. Isso sem contar os gastos com combustível, que também não são pequenos. Ou seja, o tal “custo da viagem” já tem um bom pedaço bancado à parte.

No fim das contas, o que se vê é um padrão: quase R$ 50 mil gastos em apenas 87 dias, e aí, de repente, o silêncio. Nenhuma diária registrada em maio ou junho, mas as viagens continuaram. Coincidência? Cautela? Estratégia? Talvez tudo junto. Afinal, gastar metade do orçamento previsto para o ano inteiro logo no primeiro trimestre seria um tiro no pé. Se a média de gastos continuasse, a “cota” de diárias estouraria antes mesmo de julho.

A previsão de gastos para 2025, segundo o próprio site da Câmara, é de R$ 100 mil só com diárias. Ou seja: o segundo semestre promete mais viagens, mais agendas e claro, mais gastos. Só não sabemos se com o mesmo “controle” de antes ou se vai voltar o ritmo acelerado.

No fim, fica o questionamento: isso tudo é mesmo necessário? Ou estamos diante de mais um daqueles roteiros conhecidos onde o dinheiro público banca agendas que ninguém fiscaliza direito?

Além destas viagens, algumas licitações e dispensas chamam atenção, um balde cheio de conteúdo para próximas matérias.

A população observa.