Mazinho e empresa podem responder criminalmente por suposta compra superfaturada de medicamento não entregue

Um vídeo divulgado neste domingo (27), pelo prefeito de Sena Madureira, Gerlen Diniz (PP), revelou uma grave denúncia envolvendo a compra de medicamentos de alto custo destinados à professora Valcione, servidora do município e gestora da Escola Valfredo Guedes.

De acordo com o prefeito, a Prefeitura cumpriu uma decisão judicial que determinava a divisão do custeio do tratamento de saúde da professora, pagando 50% do valor do medicamento, enquanto o Estado do Acre seria responsável pela outra metade. A compra teria sido feita em julho de 2024, ao custo de R$ 636.876, com toda a documentação — nota fiscal, comprovante de transferência de recursos e empenho — apresentada por Diniz no vídeo. A empresa envolvida no fato é a Disprofarma Comercio LTDA, inscrita no CNPJ 023358710001-91.

Entretanto, mesmo após quase um ano da compra, Valcione afirma não ter recebido uma única dose do medicamento. A situação veio à tona após a própria professora divulgar um apelo nas redes sociais pedindo ajuda, o que levou o prefeito a investigar pessoalmente o caso.

Durante a conversa com Valcione, ela relatou que, após a divulgação do vídeo, foi procurada pelo dono da empresa contratada para fornecer os medicamentos, que tentou convencê-la a retirar a publicação do ar, alegando possíveis prejuízos.

Valcione ainda revelou que, em outubro do ano passado, após as eleições, procurou o então prefeito Mazinho Serafim e representantes da empresa para discutir a falta de entrega. Em reunião, foi exposto que o Estado havia adquirido a mesma quantidade de medicamento por R$ 470 mil, enquanto o município pagou R$ 638 mil — uma diferença de cerca de R$ 150 mil, levantando suspeitas de superfaturamento.

Ainda segundo Valcione, um dos empresários confessou que, durante a campanha eleitoral, parte do valor destinado à compra dos medicamentos teria sido usado para financiar atividades políticas.

“Em novembro, um empresário me procurou e me pediu um prazo até 30 de dezembro
que ele ia me entregar essa medicação.
E falou, olha, Valciane, só que eu tenho algo para te falar. Eu ainda não comprei essa medicação, porque durante a campanha,
o Mazin me pediu 50% dessa medicação, do valor, para me empenhar na campanha, relatou a professora.

Diante da gravidade das denúncias, Gerlen Diniz afirmou que a Procuradoria Jurídica do município vai acionar imediatamente o Poder Judiciário para que a empresa seja obrigada a entregar os medicamentos.

A Prefeitura deve formalizar a denúncia na Justiça já na próxima segunda-feira.