
Acordar às quatro da manhã, preparar o café, organizar os produtos e sair às ruas para vender. Esse é o cotidiano de Débora Saraiva, mãe solo de dois filhos, que encontrou na venda de café da manhã uma forma de garantir a sobrevivência da família em Cruzeiro do Sul, no Acre. Natural de Ipixuna, no Amazonas, Débora mudou-se para o município há quase duas décadas em busca de melhores oportunidades, mas a vida segue sendo desafiadora.
Sem um trabalho fixo ou qualquer outra fonte de renda, ela depende exclusivamente do que consegue vender nas ruas. Faça chuva ou sol, precisa estar lá, pois qualquer dia sem trabalhar significa menos comida na mesa. Na última semana, a realidade se tornou ainda mais dura: doente, sem conseguir sair para vender, viu sua geladeira esvaziar.
“A gente que é mãe tem que acordar cedo, às quatro horas da manhã, para se organizar e trabalhar para sustentar os filhos. Eu sou muito grata a Deus e faço café com orgulho, mas está muito difícil. O dinheiro é pouco, não dá para sustentar a casa só com café”, desabafa.
Apesar das dificuldades, Débora mantém a fé e o orgulho de sua luta diária. “Eu sou uma mulher batalhadora, guerreira, e me orgulho de trabalhar honestamente para sustentar meus filhos e minha casa. Sou muito grata ao Deus vivo que eu sirvo.”
No Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, Débora faz questão de lembrar a força das mulheres que, como ela, enfrentam obstáculos diariamente para garantir o sustento de suas famílias. “Feliz Dia das Mulheres para todas. Somos guerreiras.”
A história de Débora reflete a realidade de muitas mulheres brasileiras que, apesar das dificuldades, seguem firmes em sua batalha diária por dignidade e sustento.

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