Mais de 10 famílias do Ramal do Belquior, localizado no Amazonas, não têm acesso a energia

A comunidade do Ramal Belquior, localizada no município de Guajará, no Amazonas pede ajuda para que as empresas de energia possam instalar energia elétrica na região.

Já imaginou não ter energia na sua casa? Já é difícil quando passamos algumas horas sem energia, sem conseguir carregar o celular ou ligar o ventilador. Agora, já imaginou viver sem energia, sem conseguir conservar nem uma carne na geladeira? É assim que os moradores do Ramal do Belquior se sentem, desesperados, pois independente de onde procuram ajuda para colocar energia na comunidade, recebem um não e são negligenciados.

O Presidente da Associação da comunidade, Sr. Renilson Silva Neri, morador a mais de 10 anos na comunidade, conta que a maior dificuldade dos moradores vem da falta de energia. Mas as empresas da Energisa, tanto de Cruzeiro do Sul quanto do município de Guajará, se omitem sobre a questão.

O Sr. Renilson explica que mesmo o ramal possuindo acesso tanto no inverno quanto no verão, as empresas não acessam para instalar a energia. Algo que passa despercebido pelo cotidiano de muitos, causa sofrimento em outros pela falta. “A maior dificuldade para nós hoje aqui é a energia, nós temos pessoas doentes que precisam do alimento que seja saudável de uma geladeira. Porque hoje nós temos o nosso ramal que dá tráfico, em inverno e verão, e hoje precisa de energia para nós aqui para a nossa comunidade.”

As empresas Energisa de Cruzeiro do Sul e Guajará, questionadas sobre a falta de energia para a comunidade, jogam a responsabilidade de uma para a outra, e no fim, somente os moradores sofrem com essa negligência.

“Eles falaram, do Amazonas, que a energia vai vir por de trás, onde ainda não tem ramal, mas é um projeto deles. Pelo Acre, eles botaram dificuldade porque aqui é o Amazonas, e que temos que procurar o lado do Amazonas, por isso que a gente procura fazer uma reportagem pra ver se um dos dois dá uma solução para nós aqui sobre a energia”, explica o presidente da associação.

“Hoje mesmo aqui tem uma margem de 10 famílias, só que o pessoal não vem porque não temos energia e nós não temos uma escola, e as outras famílias não vem morar aqui por causa dos filhos que estudam fora. Se vier uma energia e colocarmos uma escola, as pessoas vêm morar aqui, porque aqui tem mais de 100 famílias que tem lote aqui dentro do Ramal do Belquior.

Dona Maria Pereira, do Ramal do Belchior, no município de Guajará, conta sobre as dificuldades da falta de energia, que afeta sua saúde por não conseguir refrigerar os alimentos. “Moramos aqui há quatro anos, e a gente tem uma dificuldade muito grande com a energia, principalmente que nem eu, eu tenho problema de saúde crônica no meu intestino, e não posso comer nada salgado, e a gente fica lutando por uma energia. […] Eu tenho uma grande necessidade dessa energia chegar até a minha casa, não é nem pela energia pra me iluminar, é pela sugestão de eu ter como guardar um alimento para eu comer, porque eu não posso comer nada salgado.”

Antes as empresas explicavam que não poderiam entrar na comunidade porque a prefeitura não autorizava, no entanto, o prefeito de Guajará já permitiu o acesso e ainda assim as empresas de energia não foram ao local.

“Hoje o que eles falam quando vamos para o Guajará, mandam irmos pra Energisa de Cruzeiro do Sul, se vamos pra Cruzeiro do Sul mandam ir pra Energisa do Guajará, então a gente não tem mais para onde ir. Por isso estamos pedindo muito a ajuda da imprensa, que é para ver se faz algo por nós, essas pessoas que são os donos dessas empresas o que fazem por nós que vivemos isolados dentro desse ramal.”

Redação jurua24horas