Avião havia caído outras três vezes, diz homem que ajudou a retirar aeronave de rio após acidente

“É a quarta queda. Mas essa foi a pior”. A declaração é de um indivíduo que esteve presente na retirada do avião monomotor Cessna 150H, de prefixo PT-DFX, que na manhã desta segunda-feira (20), fez um pouso forçado sobre o Rio Jordão, a cerca de 600 quilômetros de Rio Branco, próximo da fronteira com o Peru.
A aeronave, que ficou quase toda submersa na calha do rio, teria sofrido pelo menos três outros acidentes, segundo uma pessoa, cuja fala pode ser ouvida no vídeo do momento em que o avião é retirado do rio por populares da região. Se a informação se confirmar, há indícios de negligência ou de inaptidão do proprietário para voar seguramente.
No Registro Aeronáutico Brasileiro, o RAB, da Agência Nacional de Aviação Civil, ContilNet constatou que o Certificado de Aeronavegabilidade do avião, o CVA, está em dia. Venceria somente no próximo dia 22 de junho deste ano. No entanto, com o acidente, o documento é invalidado até o final das investigações, quando se reinicia um novo processo de certificação.

Se for comprovada a presença de uma terceira pessoa na aeronave, o acidente pode ter ocorrido em circunstâncias parecidas com o que no dia 18 de março deste ano, matou duas pessoas em Manoel Urbano (distante 223 quilômetros de Rio Branco, no Vale do Purus).

A aeronave, um Cessna 182 Skylane, de prefixo PT-JUN, decolou com destino ao município de Santa Rosa do Purus com sete pessoas a bordo, mas logo após a decolagem, caiu numa fazenda próxima do aeródromo e incendiou-se.

O avião tinha capacidade para apenas 4 pessoas: piloto e três passageiros, mas além de três pessoas a mais, transportava bagagens. Até agora, ninguém foi responsabilizado pela tragédia.