“Fuga barata” – Presos acreanos usaram um alicate para fugir de presídio que custou R$ 25 milhões aos cofres públicos

Ministro Ricardo Lewandowski anuncia uso da inteligência artificial no controle de acesso aos presídios federais, além da construção de muralhas para impedir novas fugas. Serviço de inteligência afirma que os fugitivos estão próximo do presídio.

“Não imaginamos que tenha sido algo orquestrado de fora, nem algo arquitetado com muito dinheiro. Foi uma fuga que custou muito barato, efetuada com o que foi encontrada no local”, descreveu o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski em entrevista coletiva, nesta quinta-feira, dia 15, um dia após a fuga dos presos acreanos Deibson Cabral Nascimento e Rogério Silva Mendonça, do presídio de segurança máxima em Mossoró (RN).

Outras informações apuradas pela Polícia Federal – que investiga o caso – dão conta de falhas na construção do presídio, consideradas por Lewandowski como “uma série de coincidências negativas”.

Segundo o NH apurou, o presídio de Mossoró é monitorado por 240 câmeras em um espaço de 12,3 mil metros quadrados de área construída. Com capacidade para 208 detentos, segundo inspeção feita pelo Conselho Nacional de Justiça em 2023., apenas 80 ocupavam as celas individuais. O presídio tem ainda 12 celas de isolamento para presos em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado).

A fuga pela madrugada foi capaz de burlar um moderno circuito interno de vídeo que pode ser monitorado do gabinete do diretor do Sistema Penitenciário Federal, em Brasília.

“A série de coincidências negativas” apontadas, segundo o ministro, não comprometem o sistema penitenciário federal. Lewandowski, no entanto, anunciou a modernização do sistema de videomonitoramento e a construção de muralhas após as fugas da unidade em Mossoró. O aumento do efetivo de policiais penais e o controle de acesso com reconhecimento facial também fará parte das medidas de reforço a segurança em todas as unidades federais.

A rota de fuga

A rota de fuga arquitetada por Deibson e Rogério teve como ponto de partida a luminária da cela que não tem nenhuma proteção por laje, facilitando o acesso dos presos ao shaft – abertura vertical – por onde passam os fios e tubulações.

Ainda de acordo o que foi apurado até o momento, os dois sentenciados ainda passaram facilmente por um tapume de metal e em seguida, usaram alicate para cortar as grades para a parte externa.

Lâmpadas queimadas ajudaram os dois presos a se esconderem das imagens projetadas pelo circuito de câmeras. Há informações de que algumas máquinas filmadoras não estavam funcionando adequadamente.

Busca pelos fugitivos

Francisco Araújo, secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Norte afirmou em entrevista coletiva que, de acordo informações do serviço de inteligência, os dois fugitivos acreanos estão nas proximidades do presídio. Diligências utilizando helicóptero e voo de drones são disparadas a cada pista encontrada.