Quem tem sofrido com o frio no Acre são os moradores de rua. Na madrugada desta quarta-feira, 14, os termômetros chegaram a marcar 10 graus.
Maria José, de 59 anos, moradora de rua na capital, conversou com o jornalista Willamis Franca e comentou as dificuldades durante a friagem.
“Está horrível para mim. Durante o dia eu quero um lugar para se aquecer, um lugar quente onde não faça frio porque dói as costas. À noite eu estou passando na casa de uma filha minha. Porque já busquei abrigos em uma senhora chamada Elza, mas eles dizem que só tem um beliche, e nunca tem vaga”, disse Maria.
Maria José também comentou que não recebe nenhuma assistência da prefeitura ou do governo, e que o Centro Pop apenas fornece alimentação que nem sempre ela consegue ter acesso.
“É muito pouco… É muito frio. O frio dói, a fome dói. Eu queria uma ajuda, alguma coisa assim que nos tirasse da situação de rua. Ninguém está na nossa pele, nem caixinha de papelão vai importar. Nem um cobertor desse aqui. Hoje a gente dorme bem. Talvez amanhã você não amanhece com ele. Por quê? Porque nem todo mundo vende. Mas aí vem os outros e roubam nosso cobertor”, relata.