Vigilância revela estado de saúde de homem com suspeita de Varíola do Macaco no Acre e orienta população sobre os sintomas

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A Varíola do Macaco teve seu primeiro caso registrado no mundo, em 1970, na República Democrática do Congo, mas seu vírus, o monkeypox, foi descoberto em 1958, em colônias de macacos utilizados para pesquisas. Desde então casos isolados, em países fora do continente africano, foram registrados ao longo dos anos, porém sempre relacionados a casos de viagens internacionais a países onde a doença era considerada endêmica ou por pessoas que criavam roedores como animal de estimação.

Em 2022, os casos de varíola do macaco começaram a chamar a atenção novamente por serem registrados em países da Europa, América e no Oriente Médio, todos os casos ligados a viagens internacionais. No Brasil, o primeiro caso confirmado foi no início de junho, de um paciente de 41 anos, que esteve na Espanha.

No Acre, o primeiro caso suspeito foi notificado dia 13 de junho e que segue em investigação da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), por meio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância de Saúde do Acre (Cievs). O paciente trata-se de um homem de 30 anos, que teve contato com alguém vindo do exterior e que, após sintomas de febre, adenomegalia e erupção cutânea, deu entrada no Pronto Atendimento da Unimed.

Nesta terça-feira, 14, o chefe do Departamento de Vigilância em Saúde, Gabriel Mesquita, concedeu entrevista à imprensa falando sobre o estado de saúde o homem, que foi encaminhado a fazer isolamento domiciliar.

“É um paciente que evolui bem, não tem gravidade, está isolado em casa. Hoje, o paciente irá fazer uma coleta de material biológico para a realização dos exames necessários para saber da confirmação ou descarte da doença. O laboratório de referência será o Lacen de Minas Gerais, no entanto não temos um prazo para recebimento dessa devolutiva. Por enquanto, ele segue sendo monitorado pela equipe de Rio Branco e estado vem acompanhando desde a instalação da sala de monitoração nacional, no dia 23 de maio. E já vínhamos acompanhando tanto a situação nacional quanto a situação dos casos mais próximos como na Bolívia, que já deu negativo, e em Rondônia, que aguarda os seus resultados”, disse.

Ainda segundo o coordenador o monitoramento, junto ao município de Rio Branco segue, afim de esclarecer o mais breve possível informar se o caso foi positivo ou não.

Prevenção

Gabriel explica que a varíola do macaco é caracterizada pelo aparecimento de fístulas, febre, irritação, coceiras e, diferentemente da Covid-19, que é transmitida pelo ar, é preciso um contato muito próximo, como a troca de secreções, para ocorrer o contágio.

“É uma doença branda e a evolução dela é pra cura, tem uma baixa letalidade e os cuidados são: evitar aglomerações, fazer uso de máscaras, evitar contato com pessoas que estiveram em locais onde está acontecendo a circulação da doença, como na Europa, Londres e Portugal, por exemplo. E se não teve como evitar esse contato, observar se vai surgir esses sintomas e buscar atendimento médico, para que o mais breve possível a gente possa proceder com investigação e elucidação do caso”, orienta.

Sintomas

Os sintomas iniciais dessa doença, que tem um período de 14 dias de encubação até aparecer os primeiros sintomas, são: Febre, dor de cabeça, dor musculares, dor nas costas, linfonodos inchados, arrepios e exaustão.

Após os primeiros dias de aparecimento dos sintomas iniciais se desenvolvem as lesões na pele, que tem aspecto perolado e pela presença de líquidos e tem os seguintes estágios: máculas, pápulas, vesículas, pústulas e escaras.

Além disso, há um grupo de pessoas que podem desenvolver um quadro mais grave da doença que são os imunocomprometidos, crianças com menos de oito anos de idade, gestantes ou lactantes, e Pessoas com complicações causadas pela infecção, como: infecção bacteriana secundária na pele; náuseas e vômitos graves, diarreia ou desidratação; broncopneumonia; doença concomitante e outras comorbidades.

Atualmente, não há tratamento específico para tratar a varíola dos macacos, apenas para aliviar os sintomas, como hidratação e uso de antitérmicos e analgésicos. O tempo de cura pode ser de duas a quatro semanas e o próprio sistema imunológico elimina o vírus.

FONTENa Hora da Notícia
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