Sedento por poder: Márcio Bittar pode afundar carreira política da figura mais promissora da direita acreana

2022 está voando! O tempo para os caciques políticos formarem seus grupos está se abreviando. Com isso, movimentações se tornarão parte do cotidiano até a oficialização das candidaturas. Filiações, rumores e aproximações inesperadas irão deixar as colunas políticas lotadas de conteúdo neste período.

Em meados do mês de março, algumas chapas já estão se encaminhando para um desfecho no Acre. Três grupos considerados favoritos, estão arquitetando e fazendo os ajustes finais em suas pré-candidaturas.

Nenhuma novidade, nada mudou! Os velhos e tradicionais nomes continuam tanto na linha de frente quanto por trás das cortinas. Aparentemente os mais jovens e promissores, ainda estão tímidos, respeitando a hierarquia que se arrasta por longos anos.

Na base do governo, o “professor” Márcio Bittar (UNIÃO), homem forte do Presidente da República e do governador, é quem está ditando o ritmo do jogo e formando com total liberdade o time que irá apoiar a reeleição do seu aliado Gladson Cameli.

Ao que tudo indica, esse poder que caiu nas mãos do senador tem uma explicação. Márcio tem sido um parlamentar atuante em seu mandato, teve bons índices na liberação de recursos e também tem cargo importante no Senado Federal.

Porém não foi isso que pesou, mas sim a sua boa oratória que o elevou de patamar, fazendo o mesmo ganhar a admiração do Presidente, além de estreitar laços com importantes lideranças e personalidades influentes de Brasília.

Bittar agora é cotado como favorito para a disputa ministerial no projeto de reeleição de Bolsonaro. A expectativa é que dez ministros deixem os cargos até o início do mês que vem para se candidatarem aos Executivos estaduais e vagas no Congresso. Sendo assim, a escalada que o senador vem dando em âmbito nacional, explica sua autoridade local.

Porém, todo esse poder tem feito do parlamentar uma pessoa egocêntrica, que tem agido pela emoção em benefício de si próprio. Ele achou conveniente lançar sua ex-mulher na carreira política, e, logo de cara já a colocou em um alto degrau fazendo dela uma postulante ao Senado.

Quem fica de lado nessa ambição por poder de Márcio, é o deputado federal Alan Rick (UNIÃO), que é considerado por muitos apreciadores da direita estadual, o melhor nome entre os pré-candidatos anti-esquerda. Alan, alem de conservador e cristão, tem preservado seu nome, tendo ficado longe de polêmicas desde que começou sua vida pública.

Talvez por falta de incentivo e apoio, Alan, até pouco tempo cotado como pré-candidato ao Senado, aparenta ter ficado desencorajado e indisposto na briga pela vaga na chapa de Gladson. Pois o “cabeça pensante” do grupo, Márcio, está irredutível e pretende não desistir da candidatura de sua ex-companheira Márcia.

“Jogado de lado” por Bittar, tudo indica que Alan deve ser vice de Cameli, não que o deputado queira, mas sim por vontade do senador, já que esse desejo tende a prevalecer tendo em vista a influência que ele tem sobre o governador. Já esse está apenas preocupado com sua reeleição, que a cada dia vai ganhando mais dramaticidade por conta de sua ‘inexperiência de poder’ e sua falta de assessoria.

Se Alan não engrossar a voz, e se conformar com um cargo que a tempos não tem mais prestígio, que no caso é o de vice, a direita irá amargar uma dolorosa derrota, e verá seu maior algoz Jorge Viana vencer o Senado. Assim, o petista terá o tapete vermelho estendido para voltar a implantar seu governo de retrocesso no já sucateado Estado do Acre.

 

  • Opinião de Alex W.
    Escreve às segundas-feiras no Mâncio Lima em Foco sobre Política.

Os textos do colunista não expressam, necessariamente, a opinião do Mâncio Lima em Foco.

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