Atualmente, dos três senadores do Acre, nenhum deles é da região do Vale do Juruá, o que explica o descaso com o trecho da BR 364, que interliga Rio Branco à região.
Como é cediço, o grande entusiasta da ligação de Rio Branco a Cruzeiro do Sul foi o saudoso ex-governador Orleir Cameli, tio do atual governador Gladson Cameli. Nos dois últimos anos de Gladson no Senado, andar de carro pela BR 364 era prazeroso, e levava em média 8 horas de Cruzeiro do Sul a Rio Branco.
Agora é precisar pensar duas vezes antes de enfrentar a estrada, tendo em vista que 80% do trecho encontra-se em péssimas condições, com muitos buracos, ausência de sinalização e falta de homens trabalhando, o que leva de 12 a 18 horas para concluir o mesmo percurso.
Os caminhoneiros, que são quem mais usam a estrada, dizem que o único Senador do Acre que se importou com essa estrada foi Gladson Cameli, depois que ela passou a ser de responsabilidade do Dnit.
Na época, Sozinho e fazendo oposição ao governo federal, Cameli conseguia recursos para a recuperação da BR. Atualmente, mesmo os três Senadores do Acre estando na base do governo federal, por inércia deles a verba federal não é liberada.
Sérgio Petecão (PSD), que teve votação expressiva na região do Juruá, virou as costas para a estrada, indo para região de avião, na maioria das vezes para eventos políticos.
Ademais, Marcio Bittar (MDB) se preocupa mais com a estrada do Acre com o Peru do que com o trecho Rio Branco x Cruzeiro do Sul.
Nesta esteira, quem ainda, mesmo que timidamente se preocupa com a estrada é a senadora Mailsa Gomes (PP), que vez ou outra usa as redes sociais para dizer que teve reunião com o Ministro do Transporte abordando a problemática, mas mesmo assim não apresenta nada de concreto.
Ao fim desse verão, os motoristas mais experientes dizem que a estrada poderá fechar, tendo em vista que não está tendo recuperação dos trechos críticos, o que se agrava com o inverno amazônico, que se inicia já no mês de novembro.