Justiça mantém condenação de grupo que atirou para cima durante enterro em Rio Branco

A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre manteve a condenação de quatro pessoas pelo crime de tráfico de drogas. O grupo deu umasalva de tiros durante o enterro de Adriel da Silva, de 20 anos, em fevereiro do ano passado.

Somadas, as penas ultrapassam 40 anos de prisão em regime inicial fechado. Conforme a Justiça, as defesas dos quatro entraram com recurso alegando insuficiência de provas no processo e pedindo a absolvição do grupo ou a redução de pena.

O grupo foi condenado pelo crime de organização criminosa, em setembro do ano passado pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas da Comarca de Rio Branco.

O recurso foi julgado pelos desembargadores Pedro Ranzi, Samoel Evangelista, que foi o relator, e Denise Bonfim. Os magistrados entenderam que as provas produzidas nos autos demonstram a existência do crime e imputam aos réus a sua autoria. E, por unanimidade, a apelação foi negada.

“Assim, deve ser afastado o argumento de insuficiência delas e com fundamente no qual eles pretendem ser absolvidos, mantendo-se a sentença que os condenou”, decidiram.

O grupo foi condenado por participar de uma salva de tiros durante o enterro de Adriel da Silva. Ele foi morto no dia 10 de fevereiro do ano passadodurante um confronto com o Batalhão de Operações Especiais (Bope).

Em um vídeo, que viralizou nas redes sociais na época, membros da organização criminosa na qual Silva participava aparecem com armas de fogo atirando diversas vezes para cima. As imagens foram gravadas no Cemitério Jardim da Saudade, que fica na Parte Alta de Rio Branco.

No vídeo, aparecem parentes, familiares e amigos de Silva. Há também entre o grupo crianças, mulheres e idosos. Além dos tiros, é possível ouvir também fogos de artifícios.

Em março do ano passado, umaoperação da Polícia Civil cumpriu 12 mandados judiciais em bairros da Parte Alta de Rio Branco e os alvos eram os suspeitos de aparecem no vídeo. Naquele dia, quatro pessoas, que não tiveram os nomes revelados, foram presas pelos crimes de disparo de arma de fogo e participação em organização criminosa.

Foi a partir das informações coletadas nos aparelhos celulares e anotações apreendidos na operação, que a polícia chegou aos suspeitos que foram denunciados pelo Ministério Público.

Condenações

Entre os condenados estão Matheus Costa Albuquerque, que foi levou uma pena de mais de 11 anos e 248 dias-multa; Anderson dos Santos Lopes, condenado a mais de 9 anos e também 248 dias-multa; Célia Lima Neri que foi condenada a mais de 11 anos e 305 dias-multa; e Daiane de Paula Rodrigues que pegou mais de 11 anos de condenação e 248 dias-multa. O G1 não conseguiu contato com os advogados dos condenados.

Na decisão de primeira instância, o juiz Robson Aleixo destacou que a presença de menores na facção criminosa e o emprego de arma de fogo resultaram no aumento da pena dos denunciados. Segundo o magistrado, a disputa pelo controle do tráfico de drogas está diretamente relacionada ao aumento das execuções.

 

Via G1AC