A Polícia Civil do Acre, visando coibir a ação de criminosos, vem adotando sistematicamente ações para orientar os cidadãos a se prevenirem de diversos golpes aplicados por grupos criminosos infiltrados na internet.
Os crimes, altamente elaborados, têm vitimado mesmo pessoas com alto grau de escolaridade. Os novos golpes são práticas iniciadas em outros países, com adaptações à realidade brasileira. Há casos, entretanto, que são criados por brasileiros.
Um deles é o golpe da falsa autoridade, conhecido também como “golpe dos nudes”. A prática, que se amolda ao crime de extorsão, previsto no art. 158 do Código Penal, começa quando o criminoso cria um perfil falso no Facebook — com foto de uma mulher atraente — e aborda homens, enviando mensagens picantes e sugerindo a troca de fotos íntimas.
No momento em que a vítima cede às sugestões e envia as imagens explícitas, o golpista troca de personagem e diz ser uma jovem menor de idade. Nesse momento, um comparsa aborda o internauta (geralmente por meio do WhatsApp) afirmando ser o pai da garota e ameaça levar o caso para a polícia.
Em outras ocasiões, o golpista se passa por uma autoridade, como um delegado de polícia, promotor de justiça ou juiz, e conta que os pais da adolescente procuraram a Justiça alegando que ela está em depressão, que quebrou tudo dentro de casa, que precisarão de dinheiro para as despesas médicas e, além disso, ameaça a vítima de prisão.
A partir daí começa a extorsão, e para que o caso não vá “parar na polícia”, a vítima do golpe deve pagar uma boa quantia em dinheiro para comprar o silêncio do falso pai da adolescente.
Além disso, a vítima tendo ou não pago as quantias, o golpista ameaça em divulgar suas imagens de nudes e de pornografia na internet, bem como enviá-las aos parentes e amigos próximos, chegando, inclusive, a encaminhar uma lista com os telefones dessas pessoas, normalmente obtidos pelas redes sociais, sites ou mesmo pelos frequentes vazamentos de informações que vêm ocorrendo.
No Acre, essa modalidade de golpe vem aumentando, o que fez a Polícia Civil emitir um alerta com dicas para evitar o golpe. A autoridade policial recomenda cautela ao adicionar e conversar com perfis desconhecidos, bem como evitar manter contato com números telefônicos de outros prefixos e não compartilhar fotos íntimas por meio de aplicativos de comunicação instantânea. Ademais, jamais se deve fazer depósitos ou transferências bancárias para desconhecidos e deve-se acionar a Polícia Civil, caso se acredite estar sendo vítima de uma extorsão.
Autoridades policiais que já atenderam vítimas desse tipo de crime elencam alguns cuidados que podem prevenir os usuários de redes sociais das ações dos criminosos:
1) Cuidado ao aceitar “amizades” virtuais;
2) Não inicie qualquer relacionamento amoroso de forma virtual. Marque encontros pessoais em locais públicos;
3) Nunca faça fotos ou vídeos íntimos para quem quer que seja;
4) Jamais envie imagens íntimas por WhatsApp, Messenger, Direct, e-mails ou qualquer outro meio da internet;
5) Não armazene imagens íntimas em aparelhos eletrônicos;
6) Cuidado com chamadas de vídeo com pessoas que não conhece pessoalmente, pois o criminoso pode capturar a sua imagem e fazer mau uso;
7) Não ceda a chantagens, pois a tendência é só piorar; o golpista não irá parar com as ameaças;
8) Atualize o antivírus do computador e do celular.
Se você tiver sido vítima desse crime, tome as seguintes medidas:
1) Em caso de envio de valores, faça contato imediato com o seu banco a fim de tentar bloquear as respectivas quantias;
2) Relacione todos os meios de contato (telefone, perfis das redes sociais, anotando as URLs, links, e-mails, etc.) mantidos com o golpista que se passou por adolescente, autoridade e pais da(o) adolescente;
3) Salve (preferencialmente por meio de prints) todas as conversas mantidas com o golpista, seja no WhatsApp, no Messeger, Facebook, Direct, comentários em fotos, e-mails, etc. Não apague nada;
4) Anote os dias, hora e local em que estava quando conversou com o golpista;
5) Imprima eventuais comprovantes de depósito, transferência ou pagamento realizado para o golpista (que estava se passando por autoridade e pelos pais da(o) adolescente);
6) Separe todas as imagens (fotos e vídeos) recebidas e enviadas ao golpista;
7) Procure uma delegacia de Polícia Civil, leve todo o conteúdo descrito acima, seu aparelho celular e registre um Boletim de Ocorrência.
Josemir Melo
Ascom/Polícia Cívil