Acabando em pizza: Jonas Lima sinaliza retirada de assinatura da CPI da Educação

Um ditado que todo brasileiro conhece é: “CPI no Brasil se acaba em pizza”. Essa é uma máxima que ninguém pode discordar. Nunca se viu no Brasil uma CPI apresentar elementos de informação ou provas que pudessem levar alguém do executivo a ser condenado.

No Acre não poderia ser diferente. Uma CPI tem dois viés: se for levada a sério, pode sim encontrar provas que possam comprometer o alto escalão do executivo. No caso da CPI da educação, a Polícia Civil já fez esse papel. É tanto que o Ministério Público já ofereceu denúncia contra empresários e servidores públicos envolvidos no desvio de recurso da merenda escola. Fora isso, tudo não passa de falácia.

O outro lado de uma CPI, que é o mais comum no Brasil, serve para que membros dos poderes legislativos coloquem contra a parede os membros do poder Executivo. É ai que entram as chantagens, e no mais da vezes a chamada “molhada de mão”.

No caso da retirada das assinaturas do deputado Jonas Lima (PT) e Fagner Calegário (PODEMOS) da “CPI da Educação”, não é nenhuma coisa do outro mundo, mas do cotidiano da política. Diz um ditado árabe que: “nunca sente numa cadeira que alguém possa mandar você se levantar.

A cadeira em que ambos estavam sentados era do Gladson. O Calegário, tem relações diretas e interesses ligados às empresas que trabalham com o governo na área de terceirizados. Recebeu o compromisso do governador Gladson Cameli que, os atrasados serão pagos. Foi o que queria: mel na sua sopa. E retribuiu retirando a sua assinatura.

Na campanha para a prefeitura de Mâncio Lima, o governador Gladson Cameli apoiou pública e ostensivamente a reeleição do prefeito Isaac Lima (PT), irmão do deputado Jonas Lima (PT). Neste caso, também entrou a política de São Francisco, do é dando que se recebe. Ao pular fora da CPI, o deputado Jonas Lima (PT) apenas pagou um favor político com outro favor político. Ele e o Gladson ficaram no zero a zero.

Acreditar que, dentro desta narrativa de fatos de interesses pessoais, que ambos ficariam firmes com a CPI, seria acreditar no Papai Noel descendo de trenó puxado por renas em frente ao Palácio Rio Branco.

Nem o Calegário e nem o Jonas enganaram ninguém, apenas passaram para o lado de quem tinha as maiores cartas na mesa, que era o governo com a sua máquina, e o governador com a caneta na mão. Alguém já disse que a política tem como mola mestre os interesses pessoais, e isso é verdadeiro.

E assim morreu no parto a CPI que se propunha a fazer investigações na secretaria de Educação. E, mais uma vez, se repete o bordão: o que um político diz hoje, espere até amanhã para saber se faz jogo de cena ou é para valer.

O PT não deve expulsar o deputado Jonas Lima (PT), por se aliar ao grupo do governador Gladson Cameli. Foi-se o tempo em que, quem tentasse ser infiel era decapitado.

Com informações do Blog do Crica