Após um laudo médico descartar insanidade mental, Willyan Cordeiro da Silva, que é acusado de matar a companheira Maria José Silva dos Santos, de 23 anos, e o padrasto Hudson Matias, vai a júri popular em Rio Branco. A decisão de pronúncia é do juiz Clovis de Souza Lodi, da 1ª Vara do Tribunal do Júri.
Conforme o laudo, Silva tinha consciência do crime e estava lúcido no dia que matou a namorada. Ainda segundo o documento, o acusado é diagnosticado com epilepsia e encefalopatia, caracterizado como doença mental. “Ao tempo da ação, no entanto, o periciado apresentava-se em intervalo lúcido, ou seja, livre dos sintomas psicóticos.”
Maria José foi morta com 45 facadas, no bairro Conquista, em Rio Branco, em outubro de 2019. Quase três meses depois, Silva matou o padrasto, no bairro Calafate.
Ao G1, o advogado do acusado, Walter Luiz disse que o julgamento ainda não foi marcado e que seu cliente segue preso na unidade médica do Complexo Penitenciário de Rio Branco desde o início do ano passado. No entanto, ele preferiu não comentar sobre a decisão de pronúncia e nem sobre a defesa. Sem dar detalhes, Luiz disse apenas que aguarda mais um laudo de insanidade mental sobre o caso do padrasto de Silva.
Silva foi denunciado e responde pelo crime de homicídio qualificado por meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. Além disso, pelo crime de violência doméstica.
Ainda na decisão, o juiz manteve a prisão de Silva. “Não vislumbro elementos novos capazes de autorizar a concessão de sua liberdade, visto que conforme verificado na audiência de instrução, o pronunciado está com problemas de conviver em sociedade, e que sua liberdade o colocará em risco próprio e de terceiros, assim para evitar o cometimento de novos crimes, em prol da ordem pública, é imperiosa manutenção da prisão preventiva do acusado”, pontuou.
Maria José foi morta com 45 facadas pelo namorado — Foto: Arquivo pessoal
Mulher morta a facadas
Maria José Silva dos Santos, de 23 anos, teve o apartamento invadido e foi morta com 45 facadas, em outubro do ano passado, na frente dos filhos.
Enquanto a polícia fazia a perícia, o suspeito chegou a ligar para a irmã da vítima para saber como Maria estava. Na ligação, ele justificou o crime para a cunhada dizendo que agiu porque estaria sendo traído pela mulher.
No depoimento, ele disse que estava dormindo do lado de Maria quando escutou vozes dizendo sobre a traição da mulher com um vizinho. Em seguida, teria ido até a cozinha e pegado uma faca para esfaquear a mulher. Silva afirmou ainda que não lembrava quantas vezes tinha esfaqueado Maria.
Hudson Matias da Silva foi morto a facadas em janeiro do ano passado em Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal
Padrasto morto
Quase três meses depois da morte da mulher, Willyan da Silva é apontado como o principal suspeito de matar a facadas o pedreiro Hudson Matias da Silva. O rapaz teria ainda ferido a mãe com duas facadas em um dos braços.
O crime ocorreu no dia 21 de janeiro do ano passado. O suspeito fugiu para uma região de mata do bairro e foi preso no dia seguinte.
O primo da vítima, Janes Gomes lamentou o ocorrido e disse que o jovem era para estar preso após o caso da companheira. Segundo ele, o primo era um homem trabalhador.